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Desafios e Inovações no Combate às Complicações do Pé Diabético

O Brasil é um dos cinco países com a maior prevalência de diabetes no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 17 milhões de brasileiros vivem com essa condição, e projeções da OMS indicam que esse número poderá alcançar 22 milhões até 2030. Uma das complicações mais graves do diabetes é o pé diabético, que pode resultar em amputações devastadoras.

Pessoa diabética, verificando seu nível de glicose
Produzido por freepik.com

Dados recentes da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) mostram que, entre janeiro de 2012 e maio de 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou mais de 282 mil cirurgias de amputação. Só em 2022, foram 31.190 amputações, o que representa uma média alarmante de 85 procedimentos diários. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 70% das amputações globais no início da pandemia foram relacionadas ao pé diabético.


A falta de acesso ao tratamento médico para todas as pessoas é uma barreira significativa. Por exemplo, enquanto 11% dos residentes no estado do Rio de Janeiro foram diagnosticados com diabetes mellitus em 2023, a prevalência na região Amazônica foi de apenas 7%. No Rio de Janeiro a proporção de médicos por 1.000 habitantes é de 3,7, entretanto, em locais como Oriximiná (PA), a densidade de médicos é de apenas 0,6 por 1.000 habitantes, contribuindo para a subnotificação e agravamento das complicações da diabetes.


Imagem dividida em 3 partes, cada uma com um dado alarmante: 1) 282 mil  amputações devido a complicações da Diabetes Mellitus no SUS de 2012 a 2023. 2) 31.190 amputações, apenas em 2022, média de 85 procedimentos diários. 3) 17 Milhões de brasileiros vivem com Diabetes Mellitus segundo o Ministério da Saúde.
Produzido por De olho no pé

Outro dado importante a ser considerado é que diabéticos com úlceras nos pés apresentam uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que aqueles sem úlceras. Além disso, as taxas de sobrevivência após amputações significativas são alarmantes: cerca de 10% dos pacientes falecem no período perioperatório, ou seja, desde a decisão da operação, sua realização e até que o paciente retorne, depois da alta hospitalar, às atividades normais. Outros 30% dentro de um ano, 50% em três anos, e 70% após cinco anos.


Frente a esses desafios, desenvolvemos o projeto "De Olho no Pé", uma ferramenta inovadora voltada para a educação, diagnóstico precoce e monitoramento contínuo da saúde dos pés em pacientes diabéticos. Utilizando inteligência artificial, o aplicativo permite que os pacientes realizem autoexames visuais, identificando precocemente alterações que possam indicar o desenvolvimento do pé diabético. Essa abordagem não apenas estimula e gera certa autonomia aos pacientes no cuidado de sua saúde, mas também poderá reduzir significativamente as taxas de complicação e amputação


Imagem de um smartphone com o aplicativo "de olho no pé", ao lado o mascote da empresa, Pédson, a figura de um pé ilustrado com  mãos e pés segurando uma lupa. Ao lado o texto, De olho no pé, revolucionando a medicina com tecnologia: um caminho de prevenção aos pés diabéticos.
Produzido por De olho no pé

Autores


  • Wender Emiliano Soares

Aluno do MD-PhD, Universidade Federal Fluminense (UFF).

  • Dra. Débora Vieira Soares

Médica Endocrinologista, professora e pesquisadora, Universidade Federal Fluminense (UFF).


DE OLHO NO PÉ 2024

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